Review - The Conduit


Mais um da saga "promessas que não se cumpriram"

O óbvio, como era de se esperar, estava correto: The Conduit é o mais puro clichê, do começo ao fim. E não se limitando em ser clichê e genérico, é chato, sem carisma e absurdamente desnecessário. Promessa de um game lindo para o Wii? Não. Promessa de um game hardcore para o Wii? Ele, de fato, é, porém até os mais hardcores preferirão um Wii Sports a isso. The Conduit falha miseravelmente em qualquer aspecto técnico, inovador ou de entretenimento possível. Decepcionante? Não, pois como comentei na primeira linha deste parágrafo, era tudo previsível.

Antes, seria maldade de minha parte não comentar: alguns efeitos no jogo são incríveis e bonitos (para o Wii), quase se aproximando da “verdadeira” nova geração em termos gráficos. Partículas, sombras... E pronto. O resto é uma visita ao reino da podridão visual, com direito a serrilhados assustadores, um design de fases que faz Doom (do SNES) parecer um Crysis ou Call of Duty Modern Warfare da vida (não, isso não é um elogio), e a quantidade mais ilimitada, anti-criativa e já-vi-isso-antes de inimigos.

Aliás, “quantidade” é uma palavra que merece um parágrafo a mais. Além das poucas fases (tanto no singleplayer quanto no multiplayer, que infelizmente, não poderei analisar), dos poucos inimigos, há ainda poucas armas, poucos diálogos, pouca história e... Pouco tudo. Os cenários são vazios, não apenas de pessoas, quanto de... Qualquer coisa, praticamente! É como se os alienígenas que estão invadindo Washington estivessem, na verdade, abduzindo qualquer coisa animada ou inanimada do Planeta Terra! Não há sistema de cobertura, esquiva, uso de itens do cenário, proteger algum cidadão... Nada, nada, nada. A história pode parecer interessante, mas é um prato de nome “Clichê”, com o principal ingrediente “Eu já sabia”, e com uma pitada de “Reviravoltas toscas”. E aparentemente, existem menos de cinco personagens no jogo. Sendo que apenas três falam. Sério.


Novamente sobre as fases: três semanas após completar toda a aventura solo, juro que tento me esforçar em lembrar como elas eram. Lembro de uma no esgoto, cujos canais e “salas” eram iguais, lembro-me de uma biblioteca, cujas salas também eram iguais, lembro-me de um aeroporto, cujas salas eram iguais, lembro-me de... Acho que é só isso. Ah, lembrei! O resto se resume a laboratórios. Eba! Quem esperava por cenários alienígenas, ou um navio, ou cidades sendo destruídas, irá se decepcionar.

Pelo menos, a jogabilidade totalmente customizável salva. A combinação Wii Remote + Nunchuck mostra ser quase tão boa quanto a combinação Teclado + Mouse. A configuração inicial já é boa, mas caso você seja um ser insatisfeito com o que os outros decidem por você, então, sinta-se a vontade em mudar tudo. Eu, particularmente, não precisei mudar nada, então, é quase certo que você também não irá mudar. Ela só não é perfeita pois o jogo não permite isso. A jogabilidade é muito básica, e limita-se apenas a granadas, pegar armas e atirar. Há também um equipamento chamado All Seeing Eye que foi tão alardeado pelos produtores, mas que é basicamente um objeto roubado de Metroid Prime. Com ele, você faz várias coisas, inclusive achar segredos, algo que certamente você não irá querer (a preocupação em acabar tudo rapidamente se sobressai a qualquer outra vontade). Há até archievements! Mas eles se resumem a “mate X Y vezes”, “encontre todos os segredos”, “mate X inimigos com a arma Y”. Mil reais para os que se habilitarem em “ganhar” todos.

Mas o pior, o pior mesmo, é que o jogo não é tão divertido. Passar por cenários sem vazios, atirar nos mesmos inimigos com as mesmas armas, ficar mais de cinco horas fazendo a mesma coisa (e escutando as mesmas músicas não muito inspiradoras, e uma dublagem comum)... Não é só a repetição que mata, mas todo o conjunto. Até aquele que só jogou uns dois FPS diferentes achará que The Conduit é ruim. Se não bastasse, a dificuldade ainda é desbalanceada. Em alguns momentos, você morrerá, e nem saberá quem te matou. Para vocês não falarem que eu odeio esse jogo, tenho que admitir que em algumas poucas partes, até é possível se divertir. POUCAS.


Gostaria de estar sendo menos severo e “brincalhão” neste review. Mas, desculpe, High Voltage, não deu. Todos agradecem pela sua perceptível vontade em criar um game bonito e hardcore para o Wii, mas no final, tudo que restou foi uma produção sem graça e insossa. Aguardamos pelas suas outras duas promessas, The Grinder e Gladiador A.D. Dessa vez, não foi, mas quem sabe com esses outros dois...?

Plataforma: Nintendo Wii
Gênero: FPS
Produtora: High Voltage Software, Inc
Distribuidora: SEGA
Lançamento: 23/06/09

Apresentação: 7,0 - Promessas, promessas, e promessas, e tudo que vimos foi um design de fases horrível, pouca variedade de inimigos e armas e muito serrilhado. Porém, alguns efeitos visuais são incríveis para o Wii. No geral, o jogo é realmente bonito. Trilha sonora e dublagem medianas e clichês.
Jogabilidade: 8,0 - Funciona muito bem, mas é muito limitada e básica. O All Seeing Eye é desnecessário e as armas não se diferenciam na jogabilidade. Tudo fica no básico.
História: 3,0 - Clichê e péssima. Da pior espécie. Pouquíssimos personagens, reviravoltas previsíveis e desnecessárias, diálogos sofríveis.
Diversão: 7,0 - Repetição e pouca variedade seriam um problema, mas The Conduit até consegue divertir. A boa jogabilidade, junto com um bom visual fazem a jogatina muito gratificante, mesmo que se torne demasiadamente enjoativa no final. Mas, resumindo, o jogo diverte.

NOTA FINAL
4,0

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